Outono: Mudança de estação climática, significa mudança na alimentação?

por Edina A T Trovões

Acabamos de passar pelas estações primavera e verão e entramos no outono, logo chegará o inverno. Querendo ou não, sofremos a influência do clima e da temperatura na hora de fazer uma refeição. É comum escolhermos o tipo de alimento pensando no que mais apetece em função do “calor” ou “frio” que está fazendo. Tudo isso é muito comum, mas não necessariamente correto.

No calor, gastamos menos calorias para manter a temperatura do corpo, assim necessitamos de menos alimento, sentimos menos fome e mais sede para repor a água eliminada pelo suor.

Procuramos aliviar o calor consumindo alimentos “frescos”, como saladas a base de vegetais crus e frutas, além de seus deliciosos sucos recém preparados. Nesta estação é mais difícil pensar em uma feijoada.

Já no inverno, isso muda. É comum sentir mais fome e menos sede, necessitamos de mais calorias para manter a temperatura do corpo e perdemos menos água na transpiração.

As frutas “fresquinhas” já não apetecem tanto, nem as saladas a base de vegetais crus. Pensamos em um prato quente, a base de cremes e caldos. A feijoada aparece várias vezes em nossas cabeças.

Então: Mudança de estação significa mesmo mudança na alimentação?

 Diríamos que de certa forma sim e não. Vamos explicar melhor:

Nosso organismo tem necessidades nutricionais diárias e específicas e nem todas relacionadas à “temperatura do dia”. Para cada atividade que o corpo executa, há um nutriente envolvido. Sem o nutriente essa atividade fica prejudicada.

Gastamos energia diariamente, a toda hora e para tudo, por isso necessitamos alimentos que fornecem energia, ou do grupo dos energéticos.
Diariamente, também, nosso corpo mantém, repara ou constrói suas células, tecidos, ossos, pele, sangue e tudo que o compõem, e por isso necessita de alimentos do grupo dos construtores e finalmente para manter equilíbrio e regular todas essas funções, requer os alimentos do grupo dos reguladores.

Lembrando que alimentos do grupo dos energéticos são: arroz, aveia, milho, batatas, mandioca, farinhas, macarrão, pães.
Do grupo dos construtores são: carnes de boi, peixes, aves, ovos, miúdos de boi e frango, feijão, ervilha, lentilha, grão de bico e soja, e do grupo dos reguladores são as frutas, legumes e verduras.

Por isso uma alimentação saudável é aquela que possui alimentos de todos esse grupos em cada refeição do dia, além de conter pouco açúcar, pouca gordura e muita água.

Quando dizemos que a alimentação acaba mudando conforme o clima e a temperatura, estamos nos referindo a quantidade e ao modo de preparo culinário e não na escolha do alimento.

Em qualquer estação, haverá gasto de energia, reposição, manutenção, construção das células do corpo e a regulação das suas funções, necessitando de todos os grupos de alimentos citados.

No frio, se comermos menos frutas e saladas, corremos o risco de uma deficiência de vitaminas e sais minerais e podemos sobrecarregar o organismo de gordura no caso da feijoada e dos cremes a base de queijo amarelo e ou creme de leite.

Pense nisso na sua próxima escolha. Escolha o alimento pensando na sua saúde e aproveite a estação do ano.

Uma boa opção é usar os caldos e as sopas, que podem ter pouca caloria e muitas vitaminas e sais minerais. 

Edina Aparecida Tramarin Trovões
Nutricionista – CRN3-1579

Email: edina.trovõ[email protected]

Matéria publicada inicialmente em Revista City Penha

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2 comentários

Maria Aparecida Costa da Cunha 30.mar.2019 - 13:04

Maravilhoso esse texto

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Mª Aparecida Costa 02.abr.2019 - 14:09

Oie Maria Aparecida. Vc é minha xará 🙂 Só não tenho o sobrenome Cunha. Beijos e obrigada!

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