TRANS+FORMANDO a vida depois dos 50, 60, 70 e +

por Mª Aparecida Costa
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Ingenuidade pensar que máscaras são utilizadas apenas no carnaval ou para camuflar sentimentos e expressões. Máscara é artigo para muitas funcionalidades e, quase inconscientemente, vamos escolhendo as que melhor se encaixam à cada um dos papeis e personagens que desenvolvemos ao longo da vida.

Desde cedo aprendi a utilizar as minhas: escolhi máscaras de boa estudante, profissional dedicada, mãe cuidadora, cidadã responsável, e por trás delas sempre me inquietei, refleti e aprendi muito – sou daquelas pensantes em tempo integral.

Não é hipocrisia utilizar as máscaras – demonstra que você tem várias atribuições e procura desenvolver cada uma delas de acordo com as suas exigências. Da casa ao trabalho, do trabalho à vida social – exige roupas e atitudes diferentes.

Deslumbrada e ocupada demais com minhas máscaras, cuidei delicadamente de cada um dos papéis e embalada pelo movimento maravilhoso da vida, aos poucos deles fui me desocupando.

Voltei ocupar-me de mim mesma, desligando o jeito automático de aprender pelo hábito precisei botar a cachola para funcionar tentando descobrir quem ficou em mim depois de tantas máscaras.

Mas precisei mesmo fazer isso? Precisei sim – e muito, como boa capricorniana nunca gostei de brincar de faz de conta, faz de conta que nem percebi as mudanças da menopausa, nem da aposentadoria e nem do envelhecimento à vista. Faz de conta que não descobri ser uma envelhescente.

Compreendi ser necessário atualizar o “software”, reformar-me, adaptar-se à nova fase da vida e rever padrões de comportamentos e crenças

Não atualizar é permanecer estagnada diante dos processos naturais da vida, da tecnologia, dos costumes e da cultura. Não evoluir é tornar-se refém de si mesmo, é prejudicar-se, é caminhar pela vida aceitando aos poucos a vestimenta de velha… ultrapassada e ranzinza. 🙁

Mas não se reforma um ser, não se troca peça como de um carro. Reforma-se objetos que precisam ser consertados. Aos humanos cabe TRANS+FORMAR – ir além do que está formado, avançar, melhorar, ampliar, transcender.

E a única forma de nos transformarmos é mantendo a conexão com a gente mesmo, só nos transformamos em algo novo a partir do que construímos até hoje. Preciso estar atenta aos meus sentimentos:  O que sinto? Como sinto essas mudanças em minha vida?

Porque primeiro surgem os sentimentos e depois vem os pensamentos. É preciso cuidar do mundo emocional, se não conseguirmos modifica-lo todo nosso trabalho em busca de crescimento pessoal será infrutífero.

O bom é que podemos fazê-lo sem medo e sem pressa. Autoconhecer-se é complexo, o progresso é lento e o exercício acontece na convivência com outros seres humanos. Se estiver pesado demais posso pedir ajuda através de tratamento psicológico ou trocando experiências com outras pessoas.

Precisamos buscar o amor e a gratidão, meditando, conectando nosso coração à tantos outros que batem no mesmo compasso.

Por Maria Aparecida Costa

Assistente Social e Educadora em Saúde Pública

Especialização em Gerontologia

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2 comentários

Marta Luciana Rocha 16.dez.2018 - 10:19

Excelente!!!

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Mª Aparecida Costa 17.dez.2018 - 10:06

Gratidão, Marta! Muita luz em sua caminhada!!

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