Alcoolismo: Algema do prazer de bem viver

por Mª Aparecida Costa
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Falar sobre o alcoolismo não é tarefa fácil, há muitos fatores envolvidos e diferentes formas de entender o problema. Talvez por essa razão esse texto tenha ficado tanto tempo na forma rascunho no blog sem que eu conseguisse publica-lo.

Em pesquisa na internet encontrei artigos em sites sérios (alguns com link no rodapé) que falam sobre o assunto, desde a prevenção até o tratamento, o que aumenta o desafio de escrever de uma forma que consiga chamar a sua atenção e sensibilizar você para os problemas de saúde ocasionados pelo uso do álcool.

É indiscutível o prazer de uma taça de vinho, de champanhe ou outras bebidas alcoólicas com amigos ou mesmo sozinho, mas é preciso atentar para os riscos e perigos quando perdemos o controle sobre a forma como estamos bebendo.

O uso do álcool é um dos maiores problemas de saúde pública no Brasil, atingindo pessoas de todas as regiões, com diferentes idades, raça e condição social. É tão grave que atinge a maior parte das nossas famílias.

No início o efeito do álcool no organismo é de euforia e perda de inibição social. Algumas pessoas apresentam um comportamento expansivo (as vezes inadequado ao ambiente) e emotividade  exagerada.

Há aqueles que fazem uso do álcool para se encorajarem, para vencer a timidez:

Chego no salão tímido, preciso de uns goles para me animar e até para dançar. José – 60 anos

Mas quando o uso do álcool passa a ser um problema?

​”O ALCOOLISMO é caracterizado pela vontade incontrolável de beber, falta de controle ao tentar parar a ingestão, tolerância ao álcool (doses cada vez maiores para sentir os efeitos da bebida) e dependência física, que se manifesta com sintomas físicos e psíquicos nas situações de abstinência alcoólica.” Hospital Israelita

O uso abusivo ou nocivo do álcool é responsável por parte dos acidentes de trânsito, problemas no trabalho, violência doméstica, rompimento de relações e tantos outros problemas físicos, emocionais, sociais e espirituais. A dependência do álcool é considerada doença pela OMS (Organização Mundial de Saúde) e do ponto de vista médico é uma doença crônica que se caracteriza pelo consumo compulsivo de álcool.

Da mesma forma que o uso do cigarro traz prejuízos à saúde, o uso crônico do álcool pode desencadear doenças como gastrites, úlceras, hepatites, acumulo de gordura no fígado, cirrose, pancreatite, pressão alta, aterosclerose, acidentes vasculares cerebrais, alguns tipos de câncer… 🙁  Além de prejuízos emocionais, afetivos, financeiros e sociais.

Há vários fatores que contribuem para o desenvolvimento da dependência ao álcool, entre eles a predisposição genética, o fácil acesso e o estímulo social. Porém quero destacar aqui as QUESTÕES EMOCIONAIS como um dos fatores mais relevantes – ansiedades, medo, angústia, insegurança, vazio existencial, baixa autoestima, atitudes negativas, carência afetiva…Sentimentos anteriores ao uso do álcool.  

Mais do que avaliar a quantidade e a frequência com que se bebe é preciso avaliar a capacidade em controlar o consumo da bebida e os prejuízos que o ato de beber causa na sua vida e das pessoas que estão próximas a vocêO uso diário (mesmo que moderado) precisa ser observado.

A pessoa dependente do álcool, além de prejudicar a sua própria vida, acaba afetando também a sua família que adoece junto. Como um efeito cascata vai afetando outras pessoas do círculo de amizades e de trabalho.

Diagnóstico – Quando procurar ajuda?

A palavra “ALCOÓLATRA“, em nosso meio, é motivo de chacota e está associada à pessoas em uso severo da droga (aqueles que não tem mais nada a perder, que estão no “fundo do poço“). Essa ideia cria uma falsa impressão que algumas pessoas já nascem usuários de drogas, ignorando o processo que ela vivenciou, desde a primeira experiência até o adoecimento, passando por vários estágios.

O abuso de álcool mesmo que constante e crônico ainda pode ser encarado de forma positiva e até estimulado: – Esse cara é festeiro e chega para animar a galera!!  Isso dificulta com que as pessoas avaliem como está sua forma de beber.

Em alguns estágios da doença, os sintomas de abstinência passam despercebidos. As pessoas conhecem e utilizam formas para minimizar os efeitos tóxicos do álcool e sintomas desagradáveis da ressaca. Nega o problema e o processo de adoecimento evolui.

Ouvi muitas vezes que quando a pessoa reconhece que está com um problema com o uso do álcool já andou a metade do caminho para a sua solução. Raros são os que se reconhecem como alcoolista.

É preciso quebrar esse processo de NEGAÇÃO, superar preconceitos e julgamentos para entender que o alcoolismo é uma doença como outra qualquer e que precisa de tratamento. É preciso olhar para os prejuízos que o uso de álcool está trazendo em outros aspectos da vida para poder PEDIR AJUDA. 

Tratamento – Onde procurar ajuda?

O primeiro passo é reconhecer que está com problema com o uso de álcool e querer mudar a situação, o segundo é pesquisar em sua região quais os recursos disponíveis para o tratamento.

Somos pessoas diferentes, acreditamos em coisas diferentes e tivemos diferentes experiências com o uso de álcool. E essas diferenças precisam ser avaliadas e respeitadas no tratamento, que pode envolver a necessidade de internação para desintoxicação ou a possibilidade de acompanhamento ambulatorial.

Importante procurar profissionais de saúde, médicos, psicólogos, psiquiatras, assistentes sociais e conversar da forma mais sincera e completa possível.

O alcoolismo é uma doença tratável mas não tem cura. Portanto, mesmo pessoas que estão sóbrias há bastante tempo tem o risco de recair. As recaídas, embora comuns não quer dizer que a pessoa fracassou e que não vai conseguir se afastar do uso nocivo do álcool.

Nas recaídas a pessoa precisa retomar o foco, rever os objetivos. Na grande sabedoria da vida aprendi que podemos até recuar mas jamais voltaremos ao ponto inicial. É preciso procurar as pessoas de apoio e acreditar que a experiência com o tratamento ajudará na retomada da sobriedade.

Uma possibilidade de apoio são as pessoas que fazem parte dos grupos de ALCOÓLICOS ANÔNIMOS (AA). Os grupos tem ajudado muita gente com problemas com a bebida a refazerem suas vidas. Há grupos de ajuda mútua espalhados em vários lugares do Brasil. No site do AA você vai encontrar informações sobre o assunto. Acesse, converse, informe-se.

Lembre-se quanto mais cedo você procurar ajuda, melhor qualidade de vida você terá.

É preciso substituir prazeres, ressignificar sonhos. É possível viver prazerosamente sem o álcool!

Clique nos links que coloquei neste texto, são de outras matérias sobre o uso de álcool que já publiquei no blog. Leia também os links no rodapé. Como educadora acredito: a informação muda realidades! E se você chegou até o final desse texto denso, você está buscando informações. Beijos em seu coração <3

Para saber mais:

Ministério da Saúde

Hospital Israelita

Alcoólicos Anônimos

Minha Vida

Drauzio Varella

Albert Einsteinfãs

Fãs da Psicanálise

 

 

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1 comentário

Alcoolismo: a doença da família | Viver Depois Dos 50 13.out.2018 - 14:27

[…] Destaque […]

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