Iniciamos uma conversa sobre uso de álcool com o texto Você sabe o que significa Beber Socialmente? Nele contamos a experiência de Cynira e Esteves que há muitos anos tomam uma taça de vinho diariamente sem nunca aumentar o consumo.
Para falarmos sobre o álcool é importante distinguir os termos uso, abuso e dependência. Para a Organização Mundial de Saúde (OMS) não existe um nível absolutamente seguro para o uso de álcool, mas é possível considerar o hábito do casal da matéria como um uso de baixo risco para o desenvolvimento de problemas relacionados à bebida.
Porém, é preciso reconhecer que as pessoas apresentam diferentes padrões de uso e estabelecem diferentes relações com a bebida. Por diferenças biológicas, o padrão é diferente para homens e mulheres, sendo considerado um uso moderado de álcool quando pessoas adultas, sem nenhuma doença consomem:
- Homens – até 4 doses* diárias e não mais que 14 doses por semana;
- Mulheres – até 3 doses* diárias e não mais que 7 doses por semana.
Dose* segundo a NIAAA: 1 lata de 355 ml de cerveja ou chopp, 150 ml de vinho ou 45 ml de destilados
Quando o álcool passa a ser nocivo ou abusivo?
O álcool é a droga com maior facilidade de acesso e aceitação social. É menos nocivo por isso?
O termo uso nocivo ou abusivo de álcool é utilizado para qualquer nível de uso, desde quando se exagera nas doses (mesmo que eventualmente) até a dependência. Nessa forma de uso já é possível observar uma ingestão de álcool com médio ou alto risco para prejuízos físicos, mentais, familiares, profissionais ou sociais.
Em entrevista no site do Dr. Dráuzio Varella (link no rodapé), o médico Ronaldo Laranjeira considera que um adulto que faz uso de mais de duas doses diárias, pode não ser um dependente, mas já estará sujeito aos efeitos negativos do álcool, aumentando o risco de hipertensão, câncer e doenças cardiovasculares. Para o médico, mesmo bebendo só no fim de semana, a pessoa pode ser dependente de álcool.
Alguns usuários abusivos de álcool encontram-se em um estágio em que ele e a própria família estão longe de o identificar como alcoólatra ou perceber perigo na forma como ele (ou ela) lidam com a bebida. Pode ser reconhecido em diferentes espaços, em seus lares, em bares, em festas, escondidos atrás de uma aparente simpatia.
Podem já apresentar dificuldades e/ou prejuízos em algumas áreas – sexual, amorosa, familiar… mas de alguma forma ainda se consideram no controle da própria vida, o que dificulta e retarda a busca por ajuda e tratamento.
São pessoas que se utilizam do álcool como fonte de prazer, divertem-se despreocupadas – muitas vezes às custas da preocupação e desprazer de outras pessoas.
Intoxicação Aguda por álcool
Existem muitos termos populares para descrever a intoxicação aguda por álcool – Aquela pessoa está “bêbada”, “chapada”, “de porre”, “de cara cheia”, “de fogo”, “alegre” e tantas outras. Enquanto rimos de uma pessoa nessas condições não paramos para pensar que quando ingerido, o álcool passa por todo o corpo através do sangue e permanece ali por um bom tempo, afetando consideravelmente o organismo.
No artigo referido acima, Dr Laranjeira fala que o álcool é uma substância tóxica e quanto maior for a dose ingerida maior será sua toxicidade, o que poderá alterar o padrão de sono e o risco de hipertensão por exemplo. Número maior de doses diárias provavelmente vai provocar dependência e outros problemas como doença cardiovascular, acidentes pessoais, etc.
Ressaca
A ressaca está associada ao consumo excessivo do álcool e aparece de 6 a 8 horas após a sua ingestão. Varia de pessoa a pessoa e caracteriza-se por vários efeitos físicos e mentais como dor de cabeça, náuseas, problemas de concentração, boca seca, tontura, desconforto gastrintestinal, cansaço, tremores, falta de apetite, sudorese, sonolência, ansiedade, irritabilidade e outros.
A ressaca está relacionada à alguns fatores como quantidade de álcool consumida, tipo de bebida, intervalo entre uma dose e outra, fatores psicológicos, predisposição genética à dependência alcoólica. É também uma maneira do corpo nos lembrar dos perigos dos excessos.
O uso abusivo do álcool precisa ser encarado com seriedade, especialmente quando constante. Pode representar estágio de um processo de evolução da doença do alcoolismo, mas é sobretudo um sinal de alerta, um gatilho disparado para chamar a atenção sobre a importância de identificar e prevenir outros riscos à saúde física, mental e social.
Dessa forma podemos aumentar a chance de conter processos de adoecimento por consumo de álcool e ganhar vidas com isso!
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