Sabedoria não é dom nato – exige esforço e disponibilidade

por Mª Aparecida Costa
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Há momentos que ficam arquivados em nossa memória e a imagem permanece nítida – não importa o tempo transcorrido.  Momentos simples, que deixam um registro mais fiel que qualquer fotografia amarelada pelo tempo.

Lembro-me com clareza do semblante do Prof. Gilberto, na quinta série, quando tentava nos ensinar valores para além da aula de matemática. Mantinha a voz doce e o olhar terno quando dizia:

  • Ignorantes são pessoas que insistem no próprio erro;
  • Inteligentes são os que os reconhecem e procuram mudar a partir das próprias experiências;
  • Sábios são os que aprendem observando e refletindo as experiências dos outros.

Essa reflexão me acompanhou durante a vida, tornando-se um objetivo buscar sabedoria nas minhas decisões, tentando não cometer os mesmos erros que outras pessoas e optando pelo certo e não pelo mais fácil, pessoal e profissionalmente.

Compreendi que sabedoria não é um dom nato. É mito pensar que a sabedoria se adquire com a idade ou com o conhecimento. Nem todo velho é sábio e nem toda cultura e conhecimento trazem sensibilidade e abertura para o aprendizado e evolução pessoal.

A experiência de viver mais de 50 anos ensina que “desenvolver sabedoria” não é tarefa fácil. É necessário libertar-se do jeito automático de dirigir a vida e não estacionar em “reclamômetros“. Significa despir-se da roupa confortável de “ter sempre razão” e encontrar coragem para superar limites e dificuldades pessoais.

É buscar equilíbrio, serenidade para acolher a si próprio e a partir daí poder estender esse acolhimento à outros humanos.

É saber o que busca, o que precisa. É cuidar de si, do corpo e da mente. É aprender a impermeabilizar a alma  e saber que a responsabilidade pelo nosso bem estar é só nossa. É não misturar nossos sentimentos com os de outras pessoas. É tornar-se gigante na compreensão e na possibilidade de colocar-se no lugar do outro, tentando ver o mundo com seu olhar e suas escolhas.

É ler, estudar, refletir e compreender. Buscar evolução mental e espiritual e ter consciência de sua completude. Ninguém e nada pode desequilibrar sua harmonia a menos que você permita.

É buscar maturidade e compreender que há momentos difíceis, há momentos de dor e perda e que a medida que vivemos ser sábio é ser resiliente, é e aprender a lidar com as perdas, os lutos e as profundas mudanças que o envelhecimento exige.

E é sobretudo unir-se a outras pessoas com a mesma idade e mesma expectativa na busca de bem estar pessoal e social, como por exemplo, a luta pela preservação de direitos aos idosos.

Foto: Pixabay

Por Maria Aparecida Costa

Foto de Capa: Pixabay

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1 comentário

Silmara Freitas 21.fev.2018 - 09:51

Sim. Acredito que podemos nos evoluir, mas temos que “querer” e trabalhar em cima desse propósito.

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