O Ser Humano e a Incrível Capacidade de se Reeguer

por Mª Aparecida Costa
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Acredito que ser resiliente não significa que você é mais forte que o outro! Significa que você tem maior habilidade em descobrir alternativas para se reerguer.

Mas o que leva uma pessoa a se reerguer mais rapidamente do que outra? Não há uma resposta direta para isso, nem da psicologia nem da neurociência.

Sabemos que ninguém nasce resiliente. A capacidade de se reerguer depois de uma dificuldade é um processo que construímos ao longo da vida e pode estar relacionada à nossa  autoestima. Mas a auto estima também é construída ao longo da nossa vida.

A gente observa que algumas pessoas podem crescer no mesmo ambiente e mesmo assim terem reações muito diferentes em relação aos reveses que a vida traz. Dois irmãos que nasceram e cresceram na mesma família não são iguais. São pessoas diferentes, nasceram em dias diferentes, em momentos diferentes da vida dos pais, conviveram com pessoas diferentes e isso os torna diferentes e com possíveis reações diferentes na vida!

Outro dia perguntei para um amigo no dia do seu aniversário como era fazer 51 anos. Ele respondeu: “… Eu não sei… é a primeira vez que chego a essa idade…” Pensei bem… era verdade… Nós não sabemos mesmo! Vamos descobrindo aos poucos, à medida que vamos envelhecendo.

Mas um ponto positivo que as pessoas com mais de 50 tiveram foi a infância rica em brincadeiras e aprendizado.

“…  A gente tinha outras vivências… as brincadeiras eram na rua… uma vez cai do carrinho de rolemã… mas não podia chorar e não podia mostrar que estava com dor  porque eu estava fazendo uma coisa errada…. minha mãe não havia deixado…Acho que ali, toda ralada, eu aprendi a primeira lição sobre resiliência…levantar e seguir, mesmo sofrendo.”

“… Eu também me lembro de uma vez em que uns meninos estavam soltando pipa na rua. Alguém chegou correndo e me entregou a carretilha com a pipa no ar. A carretilha era muito grande para mim… estava ventando… a rua era descida… eu fui sendo levada com a pipa… Podia ter soltado a carretilha… mas não podia fracassar e decepcionar os meus amigos… tinha que ser forte… consegui me agarrar à um poste… que foi mais forte e me segurou…”

Nós tínhamos que ser criativos nas brincadeiras, tínhamos regras e valores de vida bem definidas e os aprendizados extrapolavam para outras áreas. Aprendíamos com essas brincadeiras! Fortalecíamos outras áreas da nossa vida!

Dessa forma fomos descobrindo possibilidades de resistir aos tormentos e surpresas da vida. Aprendendo a contornar os problemas e a viver o melhor que pudermos!

Nossa entrevistada:

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Elisabeth Morales Brambila Santos. Psicóloga Clínica e Psicoterapeuta, atuando na saúde pública do Município de São Paulo desde 91. Especializada pela PUC/SP em Magistério do Ensino Superior e Educação para o Pensar. Mestrado em Psicologia Social.

Foto: Schipul

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