O que precisamos saber sobre Climatério e Menopausa?

…Tem mulheres que sofrem anos… eu não! … Tive períodos curtos, porém intensos! Era assim: Tô aqui… normal… daqui a pouco você sente aquele calor intenso de dentro para fora… Daí vem o mal-estar e o suor… Dava várias vezes ao dia!…” Maria, 53 anos.

No dia a dia do trabalho na saúde, observamos que há muitas dúvidas com relação à menopausa e climatério. Muitas mulheres enfrentam o período do climatério sem orientações básicas sobre o que  está acontecendo com o seu corpo, os sintomas comuns nessa fase da vida e as possibilidades de reduzir a intensidade do desconforto provocado pela diminuição do hormônio sexual feminino (estrógeno).

Gostaria de iniciar a nossa conversa diferenciando menopausa e climatério porque já vi muita gente pensar que são sinônimos.

Afinal, o que é Menopausa?

… Com sete meses que eu não menstruava, sangrei de novo. Daí meu médico disse que eu ainda não estava em menopausa. Mas depois disso só veio algum sinal de menstruação e daí parou de vez…”  Joana, 55 anos.

Pela fala da Joana já dá para compreendermos que menopausa é considerada quando a mulher deixa de menstruar. A menopausa fica caracterizada após 12 meses consecutivos sem menstruação.

E o que significa Climatério?

O climatério não é uma doença. É um fase natural na vida da mulher. Toda mulher lembra de sua primeira menstruação, quando o corpo se preparou para o período reprodutivo.  E quando nos aproximamos dos 50 anos o corpo passa por uma nova transformação. Dessa vez viveremos uma fase de transição entre o período reprodutivo e o não reprodutivo (quando deixamos de ovular e portanto perdemos a capacidade de engravidar). A diminuição na produção de hormônios é gradativa e pode durar de 2 a 3 anos.

Lendo um texto do Dr. Drauzio Varella, achei bem interessante o que ele diz: ” … de cada quatro mulheres, pelo menos três experimentam sintomas desagradáveis no climatério. Surgem inesperadamente como crises de calor sufocante no tórax, pescoço e face, muitas vezes acompanhadas de rubor no rosto (a temperatura da pele chega a subir cinco graus), sudorese (que pode ser profusa), palpitações e ansiedade. As crises geralmente duram de um a cinco minutos e podem repetir-se diversas vezes por dia…”

Há outros distúrbios e sintomas relacionados ao climatério, entre eles: ciclos menstruais irregulares, depressão, insônia, alterações de humor, risco de doenças cardiovasculares, osteoporose (doença que atinge os ossos), aumento de peso, alteração do vigor da pele, unhas e do cabelo.

Podemos interferir e prevenir os sintomas do climatério? 

Com certeza algumas escolhas que fazemos podem contribuir (e muito) na qualidade da nossa vida e reduzir consideravelmente os sintomas do climatério. Entre elas:

1. Manter hábitos alimentares saudáveis, evitando sal, gorduras e café;
2. Evitar o hábito de fumar;
3. Escolher alimentos ricos em cálcio;
4. Praticar atividades físicas com regularidade;
5. Manter o controle dos níveis de colesterol e da pressão arterial;
6. Tomar sol vários dias na semana. O sol contribui para a síntese da vitamina D (importante para a prevenção da osteoporose.

Existem tratamento indicados para essa fase? 
Há mulheres em que o uso de reposição hormonal pode ser indicado, porém essa decisão deve ser pessoal e discutida entre médico e paciente. Importante é que tenhamos um médico em que possamos confiar para essa orientação e tratamento. Na minha experiência pessoal, consultei mais de um médico até decidir por um que ouvisse melhor as minhas queixas e buscasse respostas para elas.

Há tratamentos que também podem ser muito interessantes, como medicações fitoterápicas (a base de plantas), acupuntura e homeopatia. Para isso também precisamos consultar médicos especializados nessas áreas.
É necessário um acompanhamento cuidadoso. Não deixe de visitar seu médico com regularidade.

E o que observamos de alterações em aspectos que envolvem a Sexualidade?

… a gente faz sexo a noite e no dia seguinte fica se lembrando… pelo ardor na vagina…(rs)” Josefina, 49 anos.

Esse é um aspecto que inibe bastante a mulher. Evitam falar sobre o assunto ou falam de forma parcial:

… Nem quero saber mais do W… já falei para ele não ficar me enchendo…! ” Marta, 53 anos.

É natural percebermos a redução na libido (interesse pelo sexo), desconforto na relação sexual provocado pela alteração da mucosa vaginal (que fica mais seca e fina) e diminuição da lubrificação vaginal natural no ato sexual.

A notícia boa é que não há alteração na capacidade e qualidade do orgasmo.

É importante reconhecer as alterações que ocorrem no nosso corpo e buscar informações que possam melhorar a qualidade da relação sexual.

Existem cremes vaginas que podem ser indicados por seu ginecologista e que melhoram a parede vaginal e a lubrificação natural.

O Gel lubrificante íntimo  a base de água também é um recurso indispensável para a mulher manter na mesa de cabeceira. Deve ser colocado no momento do ato sexual e substitui a lubrificação natural, facilitando a penetração e assegurando a qualidade da relação sexual.

… Fico com pena das mulheres que não sabem da existência do “gel milagroso”. Já pensou?…” Josi, 52 anos.

Enfim, meninas há muitas coisas ainda a serem ditas e muitas matérias a serem escritas. Mas gostaria de concluir esse post com a frase de um homem:

… Menopausa: Menos pausa… Acho que deveria se chamar Mais Pausa porque na minha opinião as mulheres de 50 anos devem fugir de tudo o que for menos. Devem deixar de subtrair e passar a somar os bons momentos que a vida nos dá…” José, 58 anos.

Olha que lindo!!

Não precisa de outras palavras!!

Para saber mais, leia:

Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo

Dr. Drauzio Varella

Marjam Farma

Foto: Andrew Fogg