É preciso quebrar tabus e ter pessoas com quem possamos falar sobre sexualidade e sexo!
Em oficinas onde trabalhamos sexualidade e prevenção com pessoas com mais de 60 anos é comum observamos reações muito opostas – senhoras que consideram o assunto delicado para tratar na presença de homens e senhoras que esperam que o tema seja abordado de forma mais franca e profunda.
Muitas vezes impera o silêncio… a incógnita no olhar. O que estariam pensando essas pessoas? Que experiência teriam para compartilhar? Que riscos poderiam estar presentes em sua vida? A dificuldade de falar sobre o tema é mais comum, em minha experiência, com mulheres viúvas ou separadas, que nos faz pensar na forma como fomos criadas e como vemos o direito ao prazer sexual fora do casamento.
Sexualidade é mais que um ato sexual. Ela pode ser experimentada através do toque, do abraço, da dança, do carinho e até do olhar! Conheci uma senhora que nos intervalos dos bailes permitia que seu companheiro de dança segurasse o dedo da sua mão. Era o máximo que ela conseguia em sua viuvez e isso a fazia feliz!
As pessoas são diferentes e pensam diferente. Algumas vivem plenamente a sexualidade e o sexo, inclusive com pessoas mais jovens, enquanto outras procuram prazer em aspectos da vida, como viagens, religiosidade, família, hobbys e etc.
A sexualidade não deixa de ser importante quando completamos 50, 60, 70 ou … anos! É energia vital e representa qualidade de vida. Mas, ainda existem muitos tabus em torno desse tema e fica difícil conversar sobre o assunto mesmo com outras mulheres da mesma idade. O que complica para quem está vivendo algumas experiências sexuais. Pense: o silêncio provocado pelo medo de críticas e julgamentos deixam as pessoas mais vulneráveis. Vão ter mais dificuldades de se proteger física e mentalmente!
Compreender as diferenças e respeitar as escolhas de outras pessoas pode significar mais que uma convivência cidadã e humanitária – abre possibilidades para que as pessoas se apresentem como são e possam falar das alegrias e dificuldades que estão vivendo.
É tão bom quando podemos falar com alguém! Sentirmos que estamos sendo compreendidas (os) em nossa intimidade ajuda a ficarmos mais protegidas e protegidos em todos os aspectos da nossa vida!
Permita-se viver sua sexualidade da forma como a compreende e deseja, cuidando-se! Olhe para seu amigo (a) de um jeito especial! Permita que ele (a) conte seus segredos. Não julgue, guarde para você esses segredos! Ajude-o (a) a refletir sobre o que está vivendo de um jeito positivo!!
Foto: Fountain_Head
2 comentários
Olá Cida, adorei o seu trabalho, bjs
[…] E isso nos traz a realidade de que conversar sobre DST/AIDS implica em falarmos de família, gênero, amor romântico, intimidade, segredos, paixão e sexo, ou seja de sentimentos sagrados e muito profundos e tudo isso mexe muito com a gente. Abordamos um pouco a dificuldade de falarmos sobre sexualidade e sexo nesse blog, no post Falando sobre sexo e sexualidade depois dos 50, 60, 70…! […]